Este ano, em conformidade com a proposta pedagógica da BNCC o 7º ano 3 estudou a temática impactos ambientais. A ideia era focar em um poluente apenas, mas fazer um estudo mais aprofundado. Os alunos gostaram da proposta de abordar a poluição plástica, concentrando-se principalmente no impacto desse tipo de poluição nos mares.
O trabalho também teve a participação do 9º3 – turma 1, que auxiliou o 7º3 na leitura e interpretação de textos com temáticas mais ligadas à química.
A problematização principal surgiu de um questionamento levantado em debate com os alunos: Estamos fabricando coisas descartáveis com uma matéria prima praticamente indestrutível. Esse fato interrompe completamente a maneira como a natureza funciona, ou seja, o paradigma cíclico. A matéria orgânica, a água, as rochas e tudo o mais funciona bem porque obedece à dinâmica dos ciclos. Nesse contexto, o plástico traz em si uma lógica absurda.
Fato é que nos meios aquáticos o plástico não de decompõe. Mas vai sendo fragmentado. Esse processo de fragmentação gera o que ambientalistas chamam de microplástico.
O grande perigo do microplástico é que ele imita a alimentação de animais marinhos planctônicos, uma das bases das cadeias alimentares marinhas. Ao longo da cadeia esse plástico vai se acumulando e trazendo consequências drásticas.
Fora o fato de muitos animais morrerem asfixiados pelo plástico, esse composto libera uma substância chamada bisfenol. Essa substância simula a ação do hormônio feminino no organismo dos animais. A consequência é que os machos ficam desorientados no período de acasalamento, o que, por si só pode constituir uma tragédia quando se pensa nos mares como grande fonte de alimento em um futuro breve.
O bisfenol não está apenas presente no plástico em processo de fragmentação, mas em todos os derivados de plásticos que utilizamos. Embora ainda não hajam estudos conclusivos sobre a ação desse tóxico no organismo humano, o cenário tem preocupado as agências de saúde do mundo todo. Se o bisfenol imita o estrogênio, poderá também trazer consequências sobre a fertilidade humana.
De tudo que os alunos puderam apurar sobre o tema, destacam-se as quantidades de plásticos usadas atualmente pela humanidade, o manejo ineficiente que faz com que apenas 9% dos resíduos plásticos sejam reciclados, a ininterrupta cadeia de produção de produtos de uso único, a exemplo das sacolinhas no comércio e meios de evitar o consumo do produto.
O ‘chamamento’ feito pelo trabalho envolve o uso de imagens impactantes para captar a atenção das pessoas e informar sobre a crise que estamos vivenciando. Acreditamos que ao olhar as imagens da fauna selvagem sendo dizimada pelo plástico as pessoas sintam uma inquietação e que tal fato leve a escolhas mais coerentes com a dinâmica dos ciclos naturais.
O trabalho, que se encontra exposto no hall de entrada da escola e no primeiro piso teve a participação da professora Glaucia Erbs, arte-educadora responsável pela instalação artística no mezanino da escola.
O projeto deverá continuar. O objetivo é sensibilizar a população sobre a poluição plástica ‘evitável’, como o caso das sacolinhas.
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